O parque dos sonhos

Sinopse

A jovem otimista e sonhadora June encontra escondido na floresta um parque de diversões chamado Wonderland, que é cheio de passeios e animais que falam. O único problema é que o parque está confuso e desorganizado. June logo descobre que o parque veio de sua imaginação e que ela é a única que pode tornar o lugar mágico de novo.

Considerações psicológica

Para fazer as considerações psicológicas acabei fazendo associações a cenas do filme. Então esse post tem muitos spoilers. Aconselho assistir o filme e ler esse post depois. Principalmente se você é do tipo de pessoa que não gosta de saber do filme antes de assisti-lo.

June, uma criança com uma imaginação espetacular. Ela tem um comportamento diferente dos que comumente vemos nos filmes de princesas. Nesta animação a imaginação corre solta!! Ela também tem uma capacidade igualmente espetacular voltada para a matemática. Tudo é milimetricamente calculado por ela, uma engenheira nata. Todo esse potencial é projetado nas brincadeiras que acontecem, primeiramente dentro de casa, em contato com sua mãe, e depois se estende com os seus amigos e as travessuras que acontecem no quintal.

Hemisférios cerebrais

Neuropsicológicamente uma demonstração de um ótimo funcionamento dos hemisfério cerebrais. O hemisfério direito é responsável pela criatividade na nossa June e ela também apresenta ótimas aptidões pela matemática, que esta ligado ao funcionamento do hemisfério cerebral esquerdo. E essa menininha esta com tudo em ordem! Com a cognição em ordem ela faz juntamente com sua mãe uma maquete, vou chamar aqui de a “primeira maquete”, que vou voltar a discutir essa maquete mais adiante!! Não esqueça dela!!!

O adoecer da mãe

E ai tudo começa ficar diferente quando sua mãe conversa com ela a respeito de um tratamento de saúde que ela terá que realizar. Nesse momento tudo se fecha. A criatividade e a motivação de brincar dão lugar a uma grande preocupação.

A sensação que tive quando assisti essa cena foi que a mãe iria morrer. Creio que essa sensação nos é passada no filme, porque as crianças sentem de forma intensificada, possivelmente isso pode ter ocorrido na cabeça da nossa pequena. Fica ai uma grande dica aos pais, como isso é comum para as crianças. É importante os pais ficarem atentos, pois a repetição dos pensamentos, podem ser ser uma porta de entrada para a depressão infantil.

June fica desanimada e não quer brincar. Ela passa ter uma preocupação com a casa, com a saúde do seu pai, com os níveis lipídicos alterados. Tudo parece grande demais até o leite que irá vencer em três dias….

Psicologicamente toda a criança precisa ter esse crescimento assumir um pouco, de acordo com cada faixa etária, responsabilidades, cuidados com a casa, com seu quarto e que no filme é mostrado com a ausência da mãe. Mas não necessariamente a mãe tem que adoecer ou sair de casa. Trata-se de um processo interno, psicológico, isso faz parte do desenvolvimento infantil.

O bilhetinho que guia

Aquele bilhetinho que conduz June na busca do “parque dos sonhos”…. sim aquele que não foi queimado por completo e que tinha a assinatura da mãe… a parte mais importante que ficou preservada. É ele que a conduz por onde ela deve ir. Simbolicamente como se fosse um instinto, com as características da mãe, seu referencial. Mas que pode ser entendido, como aquilo que foi construído com a mãe , mas que cabe a própria June conduzir e interpretar sozinha.

Sonhos como objetivos de vida

Os  sonhos infantis amadurecem e o que antes era construído com as mães, são revisados e conduzidos pelas próprias crianças e para os adultos, quando estão concretizando suas vidas, fazendo suas construções. Isso mostra a autonomia que as crianças vao adquirindo  na vida. Quando as crianças começam a ser a protagonistas da sua própria vida. E observo isso no filme no momento que June, entra no parque no parque sozinha. E la passa a revisar toda a engenharia do parque para fazer ele funcionar. E que como o parque faz parte da sua imaginação ela pode fazer ele funcionar de volta. Além de ser a protagonista, a responsabilidade também, com algumas lembranças do que havia feito com a mae, mas sendo naquele momento executados por ela.

Representação dos animais

Os animais são encontrados na natureza, simbolicamente na sua própria natureza de June. Os animais são de categorias diferentes. Difícil imaginar uma amizade entre o macaco, urso azul, porco espinho, javali, castores. mas no filme isso acontece e podemos usar a nossa criatividade e pensar a respeito dos próprios sentimentos e o comportamento que a June precisa lidar na vida.

As crianças tem comportamentos mágicos como o demonstrado macaco com a caneta mágica. No parque é o uso que faz a recepção das pessoas, simbolicamente uma proteção que as crianças tem com relação ao novo, porque um urso daquele tamanho parece assustar mais do acolher. Uma javali cuja a função é proteger…. O porco espinho responsável pela segurança e quando se sente em perigo solta espinhos por todos os lados…. e os castores gêmeos que cuidam da manutenção do parque.

Devemos ter os cuidados conosco mesmo, assim como esses animais exercem com o cuidado do parque. Parece combinar bem com os sentimentos diferentes que todos nos temos e que com as crianças não é diferente. E mesmo sendo diferentes sentimentos eles podem trabalhar em harmonia.

E por fim tem os zumbimiquinhos que apesar de pequenos atormentam o parque. Simbolicamente sentimentos/preocupaçoes e comportamentos que temos e que nos incomodam. Apesar de muitas vezes pequenos somam e tornam-se perigosos.

Medo da escuridão

Escuridão acontece sim la no parque dos sonhos e na vida também, mas até a escuridão tem sua função. Tal escuridão pode simbolizar uma busca por soluções difíceis. Não precisamos ter medo delas, isso não significa subestimar ou ignorar, e sim saber que ela esta la, mas não como um fantasma!

Grande dica do filme

Que independente da idade possamos sempre cuidar do nosso “parque dos sonhos”!!!